Certamente, sempre haverá coisas no mundo que fascinam, mesmo porque a Terra está cheia das riquezas do Senhor. Belezas naturais, lindas praias de areia branquinha e águas cristalinas, lindos cenários de altas montanhas alternadas por vales profundos cheios de orquídeas e outras plantas exóticas, a vida, a saúde, o bem-estar, estar acompanhado de quem amamos e gostamos de ter por perto. Hoje eu gostaria de destacar algo que fascina de modo profundo a alma de um homem: ser pai.
Ser pai é ver a vida se transformar ao ouvir o primeiro choro do primeiro filho. Ser pai é pensar: “a partir de agora uma vida indefesa dependerá de meu esforço e proteção”. Ser pai é saber que terá de sair de madrugada para levar o filho no médico, e fazer isto sem a menor preocupação com a noite mal dormida. Ser pai é ver os filhos brincando e se aproximar para fazer parte da farra. Ser pai é ver os olhinhos brilhando dizendo: “você é lindo!”; “você é forte!”. Ser pai é saber de tudo um pouco. É ser dicionário, enciclopédia, consultor de entretenimento televisivo e cinematográfico, lutador de boxe, guindaste da alegria infantil, parque de diversões, lançador de desafios, criador de frios na barriga, herói nos assaltos à geladeira escondido da mamãe, realizador de sonhos.
Ser pai é fácil. Ser pai cristão é difícil. Ser pai é botar filho no mundo. Ser pai cristão é ser exemplo de vida com Deus aos filhos, é ensinar-lhes a Palavra de Deus ao deitar, ao levantar, andando pelo caminho e exercendo a disciplina. Ser pai é falar o que der na cabeça; ser pai cristão é controlar o linguajar para edificar os filhos. Ser pai cristão é ir à igreja assiduamente e zelar para que os filhos também o façam. É orar com os filhos quando eles se vêem atemorizados pelos “bichos da noite” e pelas provas finais. É fazer culto doméstico trazendo maturidade espiritual e crescimento à família. Ser pai cristão é ser amigo, confidente, digno de confiança e respeito. É rir das piadinhas sem graça; é chorar de preocupação diante dos perigos das más companhias e da violência desse mundo.
Ser pai cristão é reconhecer que a graça de ter quem te chame de “papai” ao seu redor é obra do Pai celestial. A graça nos faz gerar filhos, realizar-se com o crescimento e progresso deles. Mas ser pai cristão também é refletir sobre o Pai celestial. O pai cristão é falho; o Pai celestial é santo, perfeito e justo. O Pai celeste amou rebeldes e delinqüentes que o provocavam à ira. Os amou tanto que os escolheu para serem seus filhos adotivos. Para ter os filhos adotivos amados debaixo da sua graça, o Pai celeste deu a vida do único Filho, o eternamente gerado, o eternamente amado e motivo de todo o seu prazer. Este foi reconhecido como figura humana, fez-se filho maldito porque sofreu a cruz maldita em nosso lugar levando sobre si o nosso pecado. Morreu naquela cruz terrível sofrendo a ira do Pai celeste sobre o pecado. Viu-se separado dele a ponto de bradar: “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?”. Mas depois do pior momento, voltou a sentir o consolo do Pai e entregou sua vida através de uma declaração solene: “Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito”.
Foi assim que o Pai celeste nos fez seus filhos, benditos, herdeiros e co-herdeiros com Cristo. Sua vontade é que sejamos pais amorosos, ainda que jamais alcancemos a grandeza do amor do Pai celeste. Que reflitamos a luz do caráter do Santo seguindo o seu modelo de paternidade. Que jamais abramos mão do privilégio do contato com os filhos. Que eles aprendam conosco a ser filhos obedientes a Deus e não venham a aprender com maus exemplos de maus professores informais. Que sejamos pais que participam do processo de crescimento e educação, sem nos omitir. Assim a glória do Pai celeste brilhará através de nós.
Pr. Charles Melo
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